Fator Rh



Descoberta do Fator Rh

Em 1940, dois cientistas, Landsteiner e Weiner, publicaram a descoberta do fator Rh. Eles inoculando uma pequena quantidade de sangue do macaco Rhesus em um coelho, obtendo a produção pelo coelho de anticorpos anti-Rh.

Usando o soro anti-Rh extraído do coelho em amostras de sangue humano, os cientistas observaram a aglutinação em cerca de 90% das amostras que, portanto, têm o mesmo antígeno do macaco, chamado de fator Rh.



Determinação do fator Rh

O fator Rh é uma proteína presente nas membranas das hemácias, também chamada antígeno D. 

As pessoas que a possuem são chamadas de Rh+ porque o sangue aglutina na presença de anti Rh. 

Imagem de Lucinda Morais
Animação de Lucinda Morais
As pessoas que não possuem o fator Rh e que, portanto, o sangue não aglutina na presença do anti-Rh são chamadas de Rh-.


















Animação de Lucinda Morais


Herança do fator Rh

O fator Rh é geralmente estudado como uma herança mendeliana simples, determinada por um par de alelos. No entanto, esse caráter é determinado por três pares de genes alelos, que posem se representados por C, D e E (C>c. D>d, E>e).

A presença do gene D é imprescindível para a produção do antígeno Rh, também chamado antígeno D. Na ausência do gene D a pessoa será Rh-, ou seja, não produzirá o fator Rh.

Vamos considerar a presença do fator Rh (Rh+) dominante, RR ou Rr, em relação à sua ausência (Rh-) rr. 



Ao contrário dos grupos sanguíneos ABO, não há produção de anti-Rh no sangue de pessoas Rh-. Essa produção só se dá após o contato com sangue Rh+, que pode ocorrer numa transfusão de sangue ou durante o parto.


Doença Hemolítica do Recém-nascido (DHRN)

A DHRN ou Eritroblastose Fetal é causada pela incompatibilidade materno-fetal em relação ao fator Rh. Esta doença se caracteriza pela destruição das hemácias (hemólise) do feto, provocando uma forte anemia.

O feto com DHRN pode morrer durante a gestação ou logo após o nascimento. A aglutinação das hemácias forma êmbolos que podem obstruir vasos sanguíneos. Muitas vezes se faz transfusão intrauterina, ou logo após o nascimento, conforme o grau de gravidade da doença, podendo a criança sobreviver e ter crescimento normal.

A eritroblastose fetal ocorre apenas quando a mãe é Rh- (rr) e o feto é Rh+(Rr). Obviamente o pai deve ser Rh+(RR ou Rr) para o feto ser Rh+.

Vamos supor duas situações:

  • 1º caso
A mãe nunca sofreu transfusão de sangue. Em geral não há mistura de células sanguíneas entre a mãe e o feto durante a gravidez, mas no momento do parto há o rompimento natural da placenta e a mãe recebe hemácias do filho.

Dentro do organismo materno, as hemácias Rh+ do filho provocam a produção de anticorpos anti-Rh. Na próxima gestação de feto Rh+ haverá o “ataque” dos anticorpos anti-Rh da mãe, que atravessam a placenta, podendo causar DHRN.


Figura adaptada de: http://www.austincc.edu/apreview/PhysText/Blood.htm (acessado em 06/05/2020)

Portanto, neste caso, o 1º filho Rh+ nasceu normal, mas sensibilizou a mãe. O 2º filho Rh+ nasceu com DHRN.

  • 2º Caso

A mãe já sofreu transfusão de sangue. Ao redor de 87% das pessoas são Rh+ no Brasil. Numa situação de emergência, verifica-se apenas o sistema ABO. Se for necessário continuar com as transfusões, os fatores sanguíneos são analisados para a pessoa receber sangue compatível com o seu.

Se a mãe recebeu sangue Rh+ na transfusão, ela foi sensibilizada pelo fator Rh e irá “atacar” o 1º filho Rh+ que nascerá com DHRN.

Nos dois casos, todos os filhos que nascerem Rh-serão normais porque são iguais à mãe, ou seja, não têm fator Rh.

Obs.: O nível de imunização da mãe é variável. Nem sempre a mãe Rh- é imunizada na primeira gravidez Rh+. Da mesa fora, o grau de gravidade da DHRN também é variável, podendo causar leves ou graves danos ao feto. Tanto a imunização quanto a gravidade da DHRN dependem basicamente do genótipo da mãe e da criança.


Sistema MN

Os grupos sanguíneos do sistema MN são determinados por um par de genes codominantes, isto é, não há dominância entre eles. O gene M determina a presença da proteína M na hemácia. O gene N determina a proteína N. Quando os dois genes estão presentes a pessoa tem as duas proteínas.


Fenótipos
Genótipos
     M
    MM
     N
    NN
   MN
    MN


O sistema MN tem pequena importância nas transfusões porque esses antígenos são “fracos” e não induzem a produção de anticorpos.


Doações de Sangue

Depois de estudarmos os três grupos sanguíneos (ABO, Rh e MN), pode-se dizer que o doador universal pertence ao grupo O, Rh-. O receptor universal é do tipo AB, Rh+.

Hoje é possível resolver paternidade duvidosa com exames de DNA da criança e dos supostos pais. Os exames de grupos sanguíneos são apenas excludentes e não conclusivos, isto é, afirmam se não pode ser os pais da criança. Se houver compatibilidade a pessoa é considerada possível pai.


Saiba mais:
http://www.planetabio.com/lei1.html (tutorial com animação, clique em polialelia)
(Sites acessados em 06/05/2020)

Veja Sistema ABO neste blog







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