sexta-feira, setembro 23, 2016

Introns, Exons e Splicing do RNA



Nos organismos eucariontes o mesmo gene pode originar proteínas diferentes, O gene pode ter processos diferentes de maturação conforme o tecido, no interior de um mesmo organismo, ao contrário do que se pensava até há pouco tempo.


Em 1977 os pesquisadores perceberam que o gene possuía mais nucleotídeos do que os necessários à produção da proteína que codificava. Hoje sabemos que o mecanismo é mais complexo do que se pensava.

Maturação do RNAm (splicing)

Os genes dos eucariontes em geral são bem maiores do que as proteínas que eles codificam.  As regiões que expressam a proteína são chamadas exons, as que não expressam são chamadas introns.

Introns são regiões não codificadas do gene, ou seja, são regiões que não codificam aminoácidos. Essas regiões são removidas na maturação do RNAm.

Exons, ao contrário dos introns, são regiões que codificam aminoácidos e que permanecem no RNAm após a maturação (ou splicing).


O RNA mensageiro transcrito, ou primário, sofre um processo de maturação, chamado splicing, que consiste na remoção dos segmentos introns (informações não codificantes).

Exemplo uma parte do gene sofrendo transcrição e maturação.
Figura de Lucinda Morais


A figura seguinte é um bom exemplo de maturação do RNAm. O gene que codifica a albumina de ovo (ovalbumina) contém 7.700 pares de bases. Os introns do RNAm primário representam 76% de seus nucleotídeos (5.828). Com a exclusão dos introns, o RNAm splicing contém apenas 1.872 nucleotídeos.






Vídeo de https://www.dnalc.org/resources/3d/rna-splicing.html  Formação do mRNA splicing.

No vídeo acima se observa que um intron (em verde) é eliminado restando apenas as porções exons (em amarelo). (Acessado em 25/07/2016)


Um único gene pode codificar proteínas com sequências de aminoácidos diferentes, devido a processos de splicing diferentes em cada tecido, chamado de splicing alternativo. Isso pode ser observado na produção de tropomiosina em vários tecidos diferentes (figura seguinte).

Figura adaptada de: http://oregonstate.edu/instruct/bb331/lecture10/fi28p34.htm  (acessado em 06/09/2016)

Portanto, os introns, que antes eram considerados DNA lixo, podem ser codificados conforme o tecido e a ativação que recebem.

Dogma Central da Biologia

O antigo Dogma Central da Biologia formulado por Beadle & Tatum em 1941 já ficou na história. O conceito um gene - uma proteína provou-se que não é bem assim. Os íntrons e éxons mostram isso nos exemplos supracitados.


Saiba mais
JUNQUEIRA, Luíz C.; CARNEIRO, José. Biologia Celular e Molecular. São Paulo: Guanabara Koogan, 2012 (9ª edição). 



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