O gabarito comentado está no final
desta página.
1. (IFRS-2016) Na planta boca de leão (Antirrhinum majus), a cor das flores é determinada por um par de
alelos com dominância incompleta. Indivíduos homozigóticos para os alelos FVFV-
possuem flores vermelhas, e os homozigóticos para os alelos FBFB
possuem flores brancas, porém os heterozigóticos
FVFB produzem flores cor-de-rosa. A
proporção fenotípica dos descendentes a partir do cruzamento de duas plantas
com flores cor-de-rosa é
a) 100% flores cor-de-rosa.
b) 50% flores cor-de-rosa; 50% flores brancas.
c) 50% flores cor-de-rosa; 50% flores vermelhas.
d) 33,3% flores vermelhas; 33,3% flores cor-de-rosa; 33,3%
flores brancas.
e) 25% flores vermelhas; 50% flores cor-de-rosa; 25% flores
brancas.
2. (UFJF-2012) Suponha que uma
nova espécie de Falcões foi encontrada. Foi observado que o cruzamento de
Falcões machos, com plumagem de traços amarelos, com fêmeas de plumagem azuis
produz todos descendentes verdes. Quando os indivíduos da F1 são cruzados entre
si, produzem descendentes com plumagem com traços amarelos, verdes e azuis na
razão de 1:2:1, respectivamente.
a) Explique o resultado
encontrado no cruzamento entre os indivíduos parentais.
b) Explique o resultado do
cruzamento entre os indivíduos da F1.
c) Aplicando qualquer dos
símbolos apropriados, indique os genótipos para cada fenótipo.
3. (UFJF-2011) É sabido que
indivíduos homozigotos recessivos para alelos mutados do gene codificador da
enzima hexosaminidase desenvolvem uma doença conhecida como Tay-Sachs, e morrem
antes do quarto ano de vida. Nos indivíduos afetados, há mínima atividade da
enzima hexosaminidase e, na sua ausência, o lipídeo GM(2) gangliosídio aumenta
anormalmente no corpo humano, afetando particularmente as células nervosas do
cérebro. Os indivíduos heterozigotos expressam 50% de atividade dessa enzima,
comparados aos indivíduos homozigotos para os alelos não mutados.
a) Qual é o mecanismo de
herança dessa doença? Justifique.
b) Se uma mulher normal com
relação à atividade da enzima hexosaminidase casa-se com um homem que apresenta
50% da atividade dessa enzima, qual seria a probabilidade de o casal ter um
filho homem e que apresente a doença?
c) Considerando que os
indivíduos homozigotos recessivos morrem nos primeiros anos de vida, não
chegando à idade reprodutiva, cite um fator evolutivo que explica a manutenção
do alelo mutado na população e justifique sua resposta.
4. (ENEM-2009-prova
cancelada) Anemia Falciforme é uma das doenças hereditárias mais prevalentes no
Brasil, sobretudo nas regiões que receberam maciços contingentes de escravos
africanos. É uma alteração genética, caracterizada por um tipo de hemoglobina S. Indivíduos com essa doença
apresentam eritrócitos com formato de foice, daí o seu nome. Se uma pessoa
recebe um gene do pai e outro da mãe para produzir a hemoglobina S ela nasce com um par de genes SS e assim terá a Anemia Falciforme. Se
receber de um dos pais o gene para hemoglobina S e do outro o gene para hemoglobina A ela não terá doença, apenas o Traço Falciforme (AS), e não precisará de tratamento
especializado. Entretanto, deverá saber que se vier a ter filhos com uma pessoa
que também herdou o traço, eles poderão desenvolver a doença.
Dois casais, ambos os membros heterozigotos do tipo AS para o gene da hemoglobina, querem
ter um filho cada. Dado que um casal é composto por pessoas negras e o outro
por pessoas brancas, a probabilidade de ambos os casais terem filhos (um para
cada casal) com Anemia Falciforme é igual a
a) 5,05 %.
b) 6,25 %.
c) 10,25 %.
d) 18,05 %.
e) 25,00 %.
(USF-SP 2013)
Bebê geneticamente selecionado cura doença da irmã
Embrião de Maria Clara foi
selecionado para não carregar genes doentes e ser compatível com a irmã,
Maria Vitória, que sofria de uma
condição genética rara. Assim, seria possível realizar um transplante de medula
entre as duas.
As irmãs Maria Vitória e Maria
Clara Reginato Cunha apenas quatro dias após o nascimento da caçula, em 2012
(Evelson de Freitas/AE)
Maria Vitória, de seis anos, sofria
de talassemia major, uma doença crônica e rara no sangue que pode levar à
morte. Por causa disso, desde menina era submetida a transfusões sanguíneas a
cada três semanas e tomava uma medicação diária para reduzir a quantidade de
ferro no organismo. Depois de procurar mais de 30 médicos em busca de uma
solução para a doença da filha, os pais de Maria Vitória decidiram passar pela
fertilização in vitro para selecionar um embrião que pudesse ajudar na cura
dela. Em fevereiro de 2012, nasceu
Maria Clara, o primeiro bebê brasileiro a ser selecionado geneticamente
em laboratório para não carregar genes doentes e ser totalmente compatível com
a irmã. No último mês, a irmã mais velha recebeu o transplante de medula óssea
a partir de células-tronco de Maria Clara — e, segundo os médicos envolvidos no
caso, é possível considerar que Maria Vitória está curada e, portanto, livre
das transfusões de sangue.
A talassemia é uma doença genética
hereditária. Para que uma pessoa tenha o problema, precisa herdar os genes
tanto do pai quanto da mãe. A condição se caracteriza pela diminuição da
síntese de hemoglobinas, que são as responsáveis por carregar o oxigênio
presente nos glóbulos vermelhos. Uma vez que se trata da diminuição de
hemoglobina, a talassemia é um tipo de anemia. Ela pode ser menor, ou seja, uma
doença mais discreta com sintomas fracos ou até assintomática, ou major. Nesse
caso, o mais grave, há duas soluções para o paciente: transfusão de sangue
frequente por toda a vida ou transplante de medula, que faz com que a pessoa
com a doença não apresente mais o gene responsável pelo problema e passe a
sintetizar a hemoglobina normalmente. Foi o que aconteceu com Maria Vitória.
O procedimento — Na
prática, o procedimento funcionou assim: o tratamento de fertilização in vitro feito
pelos pais de Maria Vitória resultou em dez embriões, que tiveram suas células
analisadas. Desses, dois eram saudáveis e totalmente compatíveis com a menina.
Eles foram implantados no útero da mãe, Jênyce Reginato da Cunha, mas apenas um
sobreviveu. Foi aí que nasceu Maria Clara.
No parto, os médicos colheram as
células-tronco do cordão umbilical de Maria Clara. Como a quantidade não era
suficiente para o transplante, foi necessário esperar que o bebê completasse um
ano de idade para coletar um número maior de células da medula ósseas. Maria
Vitória foi internada em março deste ano no Hospital Sírio-Libanês, em São
Paulo, para dar início ao condicionamento: recebeu altas doses de quimioterapia
para destruir as células da sua medula óssea e deixar o sistema imunológico zerado.
No dia 18 de março, Maria Clara foi submetida à coleta das células da medula
óssea. Em seguida, essas células foram infundidas em Maria Vitória — primeiro as do sangue do cordão e, depois, as
da medula óssea da irmã.
Espera — Segundo
o hematologista Vanderson Rocha, responsável pelo transplante, durante os 15 primeiros
dias a medula de Maria Vitória continuava zerada. Essa foi a fase mais crítica,
pois o corpo não produzia nenhuma defesa e a menina ainda precisava receber
transfusões. Depois desse período, a medula óssea da criança voltou a fabricar
as células e, desde então, ela não precisou mais receber transfusões de sangue.
“Ela voltou a produzir células como uma pessoa normal. Ela tem uma medula nova.
O resultado é muito bom e podemos considerar que a Maria Vitória está curada”,
diz Rocha.
Segundo o médico, as chances de
complicações pós-transplante existem, mas são muito baixas.
“Acontece em menos de 5% dos casos.
Ainda assim, o transplante é a melhor opção. A Maria Vitória estava começando a
ter problemas no fígado por conta do ferro”, afirmou, acrescentando que há
cerca de cem casos de transplantes registrados na Europa para curar talassemia,
todos com sucesso.
Disponível em:
Acesso em: 18 abr. 2013.
5. Segundo o texto sobre a Talassemia
Major “A talessemia é uma doença genética hereditária. Para que uma pessoa
tenha o problema, precisa herdar os genes tanto do pai quanto da mãe.”
Disponível em:
Acesso em: 18 abr. 2013.
Há também a Talassemia Minor ou
traço talassêmico, uma forma leve de anemia, cujo portador apresenta herança
genética provinda apenas do pai ou da mãe. Com base no exposto, é correto
afirmar que
a) pais com Talassemia Minor não
poderão ter filhos com Talassemia Major.
b) a probabilidade dos pais de
Maria Vitória terem uma outra criança com Talassemia Major é de 50%.
c) naturalmente, Maria Vitória não
poderá ter um irmão normal em relação à Talassemia, independentemente do sexo.
d) há 25% de chance dos pais de
Maria Vitória terem uma criança com Talassemia Major.
e) os pais de Maria Vitória são
normais em relação à Talassemia.
Obs.: Saiba mais sobre talassemia em http://www.digimed.ufc.br/wiki/index.php/Talassemias.
Veja a reportagem realizada pelo programa Fantástico, da
Globo, sobre o assunto: http://g1.globo.com/fantastico/noticia/2015/04/menina-nasce-para-tentar-curar-irma-de-doenca-grave.html?fb_ref=Default
(sites acessados em 21/05/2017).
6. (UFRGS-2012) Em rabanetes, um único par de alelos de um
gene controla a forma da raiz. Três formas são observadas: oval, redonda e
longa.
Cruzamentos entre estes três tipos apresentam os seguintes
resultados:
P
|
F1
|
Redondo
x Oval
|
Oval e Redondo (1:1)
|
Redondo
x Longo
|
Oval
|
Oval x Longo
|
Oval e Longo (1:1)
|
Redondo
x Redondo
|
Redondo
|
Longo x Longo
|
Longo
|
Qual a proporção de progênie esperada do cruzamento oval x
oval?
a) 3 ovais : 1 longo
b) 1 redondo: 1 longo
c) 1 oval: 2 redondos: 1 longo
d) 3 redondos: 1 longo
e) 1 redondo: 2 ovais: 1 longo
7. (UF-PI)
Mendel estabeleceu que os genes podem existir em formas alternativas e
identificou dois alelos, um dominante e outro recessivo. Entretanto, as
pesquisas do início do século XX demonstraram que isso era uma simplificação.
Sobre as interações alélicas, é correto afirmar:
a) Um alelo
é dito codominante se tiver o mesmo efeito fenotípico em heterozigotos e homozigotos,
isto é, os genótipos Aa e AA são fenotipicamente indistinguíveis.
b) A cor das
flores em boca-de-leão é um exemplo de interação alélica, do tipo codominância,
pois, quando cruzamos variedades homozigotas brancas e vermelhas, elas produzem
heterozigotos rosas. O alelo para a cor vermelha (W) é considerado parcialmente
dominante, em relação ao alelo para cor branca (w).
c) Uma
exceção ao princípio da dominância simples surge quando um heterozigoto
apresenta características encontradas em cada um dos homozigotos associados,
sendo chamada de dominância incompleta.
d) Um
exemplo de interação alélica do tipo codominância é a herança dos grupos sanguíneos
(sistema ABO e sistema MN). Nos heterozigotos, os dois alelos contribuem
igualmente para o fenótipo.
e) Conforme
identificou Mendel, os genes podem existir em apenas duas formas alélicas,
conforme identificou Mendel, um dominante e outro recessivo, sugerindo uma
dicotomia funcional simples entre os alelos.
GABARITO
1. e
FVFB x FVFB
FV
|
FB
|
|
FV
|
FVFV
vermelhas
|
FVFB
rosas
|
FB
|
FVFB
rosas
|
FBFB
brancas
|
Resposta: 25% vermelhas, 50% cor-de-rosa, 25% brancas.
2. Gabarito da UFJF
a) Ausência de Dominância, pois
o cruzamento entre indivíduos com plumagem com traço amarelo e azul surge de um
fenótipo intermediário em F1 (verde)
b) Em F2 ocorrem os três tipos
de plumagem, com proporções genotípicas e fenotípicas idênticas, típicas dos
casos de ausência de dominância.
c) FAFA =
Amarelo; FBFB = Azul; FAFB = Verde
3. Resposta da UFJF
a) Mecanismo de dominância
incompleta, pois os indivíduos heretozigotos apresentam nível intermediário da
atividade da enzima com relação a ambos homozigotos.
b) Nenhuma ou zero
c) Mutação que é a única fonte
de variabilidade genética, portanto, permite o surgimento de alelos
mutados independente do seu
valor adaptativo.
4. b
Probabilidade de cada casal ter uma criança com anemia
falciforme: 1/4 ou 25%
AS x AS
A
|
S
|
|
A
|
AA
normal
|
AS
traços
|
S
|
AS
traços
|
SS
falciforme
|
Probabilidade dos dois casais terem filhos com anemia
falciforme:
1/4 x 1/4 = 1/16 ou 6,25%
Obs.: Este assunto também consta nos exercícios de 1ª lei de
Mendel porque é determinado por um par de genes, mas o heterozigoto tem traços
de anemia, não é totalmente normal nem totalmente falciforme, o que caracteriza
três fenótipos. Por esse motivo fica mais bem estudado aqui.
5. d
Normal: NN
Talassemia Minor: NT
Talassemia Major: TT
a) Incorreta, pais com talassemia Minor (NT x NT) podem ter
filhos com talassemia Major (TT).
b) Incorreta, os pais são heterozigotos, a chance de nascer
outra criança com talassemia Major (TT) é de 25%.
N
|
T
|
|
N
|
NN
normal
|
NT
Minor
|
T
|
NT
Minor
|
TT
Major
|
c) Incorreta, a probabilidade de nascer uma criança normal
em relação à Talassemia é de 25%. Veja cruzamento acima.
d) Correta, veja cruzamento acima.
e) Incorreta, Os pais de Maria Vitória são heterozigotos (NT
x NT), portanto são portadores da Talassemia Minor.
6. e
O cruzamento de redondo x redondo resulta 100% redondo,
portanto redondo é homozigoto (RR).
O cruzamento de longo x longo resulta 100% longo, portanto
longo é homozigoto (LL).
Oval: RL, resultante do cruzamento de redondo (RR) com longo
(LL)
Cruzamento de RL x RL
R
|
L
|
|
R
|
RR
redondo
|
RL
oval
|
L
|
RL
oval
|
LL
longo
|
Proporção de 1 redondo : 2 oval : 1 longo.
7. d
Quando Aa e AA são fenotipicamente indistinguíveis,
há dominância completa entre A e a, ou seja, o a não se manifesta no heterozigoto.
Na codominância não há dominância parcial entre os genes, o
heterozigoto tem caráter apresenta os dois caracteres, como no caso do grupo
sanguíneo AB.
Na polialelia o mesmo locus pode ser ocupado por 3 ou mais
tipos de genes, fato não conhecido por Mendel.
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